quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Noosfera 3

A certeza é a amiga da ciência. A incerteza, inspiração dos artistas.


A certeza traz o conforto. Porém, se mal utilizada, a certeza vem acompanhada do radicalismo e do fanatismo. Mas o radicalismo e o fanatismo, também trazem o conforto aos que neles aderem.


O certo, é o amigo. O incerto, o inimigo. A ciência traduz o incerto para o certo. As pessoas tratam o estrangeiro como o incerto. Eis a raiz da discriminação. Utilize das ciências humanas para fazer do incerto o certo.


A cultura contemporânea ocidental privilegia as ciências exatas, deixando as ciências humanas de lado. Por conseguinte, ocorrem os absurdos sociais da discriminação e do medo.

E como dizia Einstein, “É mais fácil quebrar um átomo, do que quebrar um preconceito”.


Até o final da Guerra Fria, quem dava as cartas em relação ao comportamento social, eram os governos.

No pós-Guerra Fria, o comportamento social é regido hierarquicamente pelas corporações. Os desempregados podem se comportar como desejarem.

Por sorte, a corporações entenderam que a rigidez hierárquica, herança da era industrial, não é boa para os negócios. A era da informação disponibiliza e exige maior flexibilização.

Se tudo continuar como está, num futuro próximo, teremos fábricas manejadas por robôs japoneses, e escritórios somente com especialistas (assistidos por computadores no lugar de pessoal administrativo), convivendo com uma legião de desempregados.

A opção para a horda de desempregados, é que se invista mais no consumo da cultura. Já que o pão está garantido pelas máquinas, circo para o povo.


Os estadunidenses transformam tudo em negócio. Até fiado virou cartão de crédito!


O crédito já substituiu a poupança em mercados de capitalismo avançado.

Na mão das instituições financeiras, crédito é sinônimo de oportunidade de negócios. Só que na mão do consumidor, crédito é dívida.

Porém, as leis da macroeconomia, baseiam-se na poupança acumulada, e não na poupança futura, o crédito.

Ao menos que a economia passe a funcionar de poupança futura, viver de crédito, por agora, é penhorar o futuro.

Para trabalhar com a poupança futura, será necessário muito planejamento para a produção econômica, sem cair no estadismo soviético.

A mão mágica e misteriosa do mercado ou o encontro e o desencontro entre a oferta e a demanda, terá de ser decifrada.


Os terríveis e cruéis mongóis descendentes de Genghis Khan, invadiram e conquistaram a China, e se tornaram chineses.

Os temíveis guerreiros Jurchens da Manchúria, invadiram e conquistaram a China, e se tornaram chineses.

O jesuíta Matteo Ricci foi enviado à China para catequizar os Hans, e acabou se tornando um chinês.

Pense duas vezes antes de invadir a China.


Quem busca acha. O achado é muitas vezes o reflexo da alma.


O real desejo do homem é saciar a coceira da alma com os seus cinco sentidos. E tem o sexto.

E para saciar a coceira da alma, o homem desbrava fronteiras do Universo, da ciência e da razão, em busca de si mesmo.

As pirâmides são frutos da concretização dos desejos dos egípcios e dos maias. O que é mais real? As pirâmides ou os desejos?

Filosofias, modas, monumentos, catedrais, arquiteturas, matemáticas, Las Vegas, viagens no além-mar e no espaço, bens de consumo. O que coçava na alma destes homens e mulheres?

Nada de novo sob o sol. Somente a repetição e a permutação de memórias cósmicas.


Fala-se muito da paz. Todos estão carecas de saber dos benefícios da paz. Mas a espécie humana insiste em guerrear. É pior que fumante ou alcoólatra.

Pax Romana, Pax Sinica, Pax Britannica, Pax Sovietica, Pax Americana. Já pensou numa Pax Muçulmana? Houve uma com os otomanos.


Durante as cruzadas, os muçulmanos chamavam os europeus de “ferankish”, ou seja, “franceses”, talvez por influência dos Cavaleiros Templários. Quatro séculos depois, os portugueses ao aportarem no sudeste asiático islamizado, foram também chamados de “ferankish”.


Na China, com uma população de 1,5 bilhões de pessoas, é compreensível que haja somente 1 m2 para cada um habitar. Não se entende por que no Brasil, numa densidade demográfica muito menor, as pessoas vivem apertadas em favelas.


A história climática do planeta Terra é de instabilidade. Quando estável, as civilizações se proliferam, e numa instabilidade, elas se afundam.

Porém a instabilidade sempre foi causada por decorrência da natureza. Agora, o clima se torna instável pela obra do homem. No estágio em que se encontra a humanidade, há proteção contra tudo, menos contra o próprio homem.

Já ocorreram cinco extinções biológicas em massa no planeta Terra, causadas por intempéries da natureza. A próxima, com certeza, será por burrice.


Pílula para dormir, pílula contra a depressão, pílula para se manter acordado, pílula para ansiedade. Só falta a pílula para a solidariedade.


A internet desmancha fronteiras políticas, criando novas fronteiras virtuais.

Como se sabe, em 2035, o estado-nação Second Life, foi aceito na ONU como membro do Conselho de Segurança.


A inteligência fala para o cérebro. A sabedoria fala para o coração.


Quanto mais esperto, mais rápido concretizará os seus desejos. Porém, para tal, a futilidade é imprescindível.


Na minha meninice, sujo de sagu, o almoço fazia menos sentido do que a sobremesa.

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